Main image

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Bullyng, semente de violência

"O bullying não é um fenômeno novo, mais vem crescendo dia a dia. É tão antigo quanto a própria escola, porém, muitas vezes, ainda é banalizado e visto, especialmente pelos adultos, como uma brincadeira inofensiva. Mas tem mostrado que não é nada disso e que pode acarretar consequências desastrosas para os envolvidos." Sigrid Izar Becker.
Esse tá sendo o principal assunto discutido nas aulas de português, a questão do bullying, hoje nas duas aulas que tivemos de português, professora e alunos discutiram sobre esse tema tão polêmico. Todos os alunos com suas opiniões, cada um com um exemplo diferente, foi bem legal.
Saiba mais sobre o tema:
Segundo Cléo Fante, bullying é um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contras outro(s), causando dor, angústia e sofrimento.
No ano de 2009 foi realizado uma pesquisa com alunos, professores, diretores, coordenadores pedagógicos e orientadores educacionais de escolas públicas municipais da cidade de Igrejinha, RS, buscando conhecer um pouco mais este fenômeno. Após analisar os dados coletados, observou-se que alguns fatores podem contribuir e ser desencadeadores ou reforçadores deste tipo de comportamento.
Múltiplos aspectos
As famílias têm um papel decisivo no desenvolvimento psíquico das crianças e dos adolescentes. É na família que acontecem as primeiras experiências sociais e são vivenciados valores que influenciarão as futuras relações estabelecidas por estes indivíduos. As crianças passam a reproduzir o modelo educativo familiar com o qual foram criadas. Percebemos que, muitas vezes, o aluno que agride é vítima de um contexto familiar agressivo, tendo a violência como modelo e referência de relacionamento.
Na maiorias das vezes, as situações de bullying trazem como protagonistas crianças e adolescentes do sexo masculino, o que nos remete a uma questão de gênero, tão marcada em nossa história e cultura em que os meninos são definidos como o sexo forte e na qual afirmar a própria virilidade implica o exercício de algum tipo de poder. Esse poder se expressa, muitas vezes, através da força física, da agressão e das conquistas heterossexuais.
Geralmente, os valores passam a ser ditados pelos programas de televisão ou jogos de vídeo-game. Considerando que grande parte deles se pauta na competitividade, no individualismo, na violência, na lei do mais forte e do levar vantagem em tudo, pode-se perguntar: quais as oportunidades que a criança tem de internalizar valores como amizade, tolerância, solidariedade, respeito e cooperação?
A competitividade constitui-se numa forte marca da nossa sociedade. Esta prática também é inerente ao contexto escolar e pode, muitas vezes, ser observada na prática pedagógica, no sistema de avaliação e na forma de utilização de seus resultados.
A instituição de uma prática competitiva no contexto escolar pode gerar situações de agressão, entre elas o bullying, pois leva necessariamente à vitória de alguns alunos e à exclusão de outros. Considerando estes aspectos, a prática competitiva pode ser considerada uma violência da instituição escolar contra crianças e adolescentes, fazendo com que queiram ser os melhores de qualquer jeito, mesmos assumindo práticas antissociais.
A tentativa de democratizar as relações tem desencadeado, nos adultos, uma crise de autoridade, gerando insegurança e busca de limites nos indivíduos mais jovens. A autoridade exercida com tirania e extrema rigidez ou a ausência de autoridade podem ter consequências semelhantes, especialmente quando se trata do comportamento bullying. A autoridade exercida e instituída pela competência, produzida na relação do professor com seus alunos e vinculada à admiração que estes sentem por ele, é fundamental na instituição de uma relação saudável e promotora de desenvolvimento e aprendizagem.
Silenciosa Violência
É urgente que o bullying seja olhado não mais como um comportamento comum e inofensivo entre estudantes, mas como um fenômeno silencioso e violento que pode deixar marcas irreversíveis no psiquismo de indivíduos ainda muito jovens. Estudos no mundo todo mostram que, se o bullying não for contido em indivíduos ainda jovens, pode se instalar como um comportamento aceitável e utilizado na resolução dos conflitos na vida adulta, levando-os a atitudes cada vez mais violentas.
É preciso criar uma cultura contra o bullying e não contra os bullies. Afinal, estes também são, em sua essência, resultado de um contexto de violência e, portanto, vítimas. A educação não é o único caminho para o combate ao bullying, mas é, sem dúvida, o mais importante, tanto pelo seu papel formador como pelo poder multiplicador que possui.
Pesquisa feita no site Mundo Jovem.

1 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
RSS Feed